quinta-feira, 29 de março de 2012

Ministro da Saúde diz que Guarulhos terá faculdade de medicina

“Vamos ver se não fica só na promessa a noticia de que Guarulhos poderá ter uma faculdade de medicina”.

Leia a matéria do Diário de Guarulhos do dia 09 de março.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assumiu nesta sexta, 9, o compromisso de trazer uma faculdade de medicina para Guarulhos, atendendo a pedido do prefeito Sebastião Almeida..
O anúncio foi feito pelo próprio ministro, que ontem participou de um evento do programa Saúde na Escola, que em tem como tema a prevenção da obesidade entre jovens e adolescentes. O evento foi no CEU Presidente Dutra.
Almeida também cobrou do ministro apoio para um curso de formação de médicos na cidade, um dos maiores desafios da saúde municipal.
“Guarulhos precisa começar a formar seus profissionais para que eles possam atender a população na periferia”, disse Almeida. “Não existe mais nenhum motivo para a cidade não ter uma faculdade de medicina”.
Em resposta, Padilha afirmou que a meta da presidente Dilma Rousseff é levar escolas de medicina às cidades das regiões metropolitanas.
Ele se comprometeu a levar o pleito de Guarulhos a Brasília e apoiá-lo no Ministério da Educação. “A cidade se enquadra nos planos do governo federal. As crianças do Presidente Dutra e de outros bairros de Guarulhos têm o direito de sonhar em se formar em medicina em sua própria cidade”.

domingo, 25 de março de 2012

1500 acessos

1500 acessos, nem acredito.
Obrigado a todos pela visita e espero que tenha contribuído com algo de positivo.
Valeu
Professor Anderson Luz

Células progenitoras intestinais de camundongos reprogramadas para produzir insulina

Posted: 23 Mar 2012 08:51 AM PDT

Um dos grandes desafios para tratar a diabetes tipo I é conseguir células capazes de produzir insulina e  substituir as células que pararam de produzi-la. Para isso é preciso entender qual é o processo que determina que células-tronco tornem-se células endócrinas – produtoras de hormônios. E em seguida que produzam insulina. Pesquisas anteriores já mostraram que um fator fundamental  para que essa  primeira diferenciação ocorra  é que as células  expressem um fator  denominado Neurog3+. Entretanto observou-se que  células Neurog3+  não são encontradas só no pâncreas, mas também no estômago e intestino. Por que então só produzem insulina no pâncreas? Seria possível ampliar seu raio de ação?  Uma pesquisa recente publicada na revistaNature Genetics (março de 2012) desenvolvida pelos doutores Chutima Talchai e Domenico Accili da Columbia University, nos EUA,  mostra que é possível induzir células do intestino a produzir insulina. Pelo menos em camundongos.

Recordando…
A diabetes tipo I é uma doença autoimune onde há destruição das células do pâncreas que produzem insulina. Doenças autoimunes são aquelas onde o sistema imunológico de uma pessoa não reconhece certas células ou tecidos de seu próprio corpo e os destroi como se fossem agentes infecciosos. Por que isso ocorre ainda é uma incógnita para a ciência, mas existem inúmeras doenças, além da diabetes tipo I, que são causadas por esse mecanismo. Entre elas podemos citar a esclerose múltipla, algumas formas de reumatismo, alergias etc…

Células produtoras de insulina
As células progenitoras que irão produzir a insulina originam-se da endoderma (parte interna do embrião). São caracterizadas por expressar o marcador Neurog3+.  Elas diferenciam-se em dois tipos de células: as do intestino que vão secretar hormônios necessários às funções intestinais tais como os peptídeos gástricos  e as células pancreáticas, que vão produzir  insulina. O que determina que as células progenitoras Neurog3+  sigam um caminho ou o outro ainda é uma incógnita. Por outro lado sabe-se que existe um determinado gene, FOXO1, que regula produtos (fatores de transcrição) relacionados com a produção de  insulina.

O que os Drs. Talchai e Accili descobriram?
Que algumas das células progenitoras Neurog3+  do intestino têm o potencial de se diferenciar em células produtoras de insulina. Ao analisarem essa células verificaram que nelas o gene FOXO1 estava suprimido ou inativo. Para comprovar que era realmente esse gene ou a  sua ausência que determinava se as células iriam ou não produzir insulina fizeram vários experimentos no laboratório e em camundongos. A prova final foi a demonstração que a  ablação do gene FOXO1 em camundongos  diabéticos permitiu que as células Neurog3+  do intestino passassem a produzir insulina e reverteram os sinais de hiperglicemia.

Quais são as dificuldades e perspectivas?
Embora seja possível diferenciar em laboratório células-tronco embrionárias em células produtoras de insulina, essas células não são apropriadas para transplante porque elas não liberam insulina em resposta a glucose. Portanto se injetadas em um paciente elas poderiam liberar esse hormônio em excesso causando hipoglicemia e até a morte.
Nesse sentido, a recente pesquisa dos cientistas da Universidade de Columbia representa um grande avanço. As células intestinais reprogramadas para produzir insulina teriam a propriedade de produzir insulina em resposta aos níveis sanguíneos de glucose,  que é o esperado. Se for possível aplicar essa estratégia em seres humanos será um passo muito importante no tratamento da diabetes.
A torcida, sem dúvida, é grande.

Por Mayana Zatz

quinta-feira, 22 de março de 2012

22 de março - dia internacional da água

Atividade do dia internacional da água no Colégio Newton Braga















Proguaru - SP oferece 6 vagas, cadastro reserva e salários de até 4,3 mil
Concurso Público nº. 02/2012
A partir das 10h desta quarta-feira, 21 de março, a empresa Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos (Proguaru) receberá inscrições para o concurso público com seis vagas e formação de cadastro reserva de profissionais de níveis Fundamental, Médio e Superior.
Segundo a empresa responsável pela organização e execução do concurso, a GSA Consultoria e Pesquisas em Instituições Públicas, os funcionários admitidos receberão salários que variam de R$ 734,75 a R$ 4.363,95 em jornadas de 20, 40 e 44 horas semanais.
INSCRIÇÕES
Para concorrer, o interessado deverá preencher a ficha de inscrição até às 16h do dia 13 de abril pelo site www.gsaconcursos.com.br, mediante o pagamento da taxa que varia de R$ 15,00 a R$ 45,00 conforme o cargo pretendido.
PROVAS
A seleção composta de provas objetivas para todos, além de prova prática para Acabador Gráfico, Arte Finalista, Carpinteiro, Impressor Offset, Mecânico de Autos, Operador de Máquina Vibroacabora, Pintor Predial e Técnico de Informática, e prova de aptidão física para Auxiliar de Serviços Gerais. A previsão é que as provas objetivas sejam realizadas no dia 6 de maio e as demais avaliações no dia 3 de junho, em locais e horários que serão definidos e divulgados nos sites da organizadora e da Proguaru.
CARGOS
  • Fundamental - Acabador Gráfico, Agente de Portaria, Auxiliar de Serviços Gerais, Carpinteiro, Encanador, Impressor Offset, Mecânico de Autos, Operador de Máquina Vibroacabora e Pintor Predial.
  • Médio - Almoxarife, Arte Finalista e Técnico de Informática.
  • Superior - Analista de Suprimentos, Contador, Médico, Médico do Trabalho e Psicólogo.
OUTRAS INFORMAÇÕES
A Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos (Proguaru) é uma empresa que atua em Guarulhos desde 1979 na execução de serviços públicos de coleta e remoção de lixo, fabricação de asfalto, blocos e pré-moldados, pavimentação, guias, sarjetas, construções de galerias e canalizações, a Proguaru continua multiplicando sua atuação na cidade.
saiba mais em:
Boa sorte 
Anderson luz

Britânico de oito anos pesquisa na internet e descobre que tem doença terminal

Extra Online
Pai e filho juntos
Pai e filho juntos Foto: Reprodução / Mail Online

Um menino de oito anos da cidade de Holsworthy, no País de Gales, descobriu pela internet que tem uma doença terminal. Dominic Stacey Junior sabia que tinha um problema conhecido como distrofia muscular de Duchenne. Mas aproveitou que os pais estavam fora de casa por um fim de semana inteiro, e procurou pela doença em um site de buscas.
Dominic, que já vive em uma cadeira de rodas, havia apelidado a doença de “pernas cansadas”. Ele só descobriu que a condição era progressiva após a pesquisa online. A distrofia de Duchenne provoca dificuldade da fala, de andar e respirar, degeneração muscular. O paciente tem grandes chances de morrer por insuficiência cardíaca ou respiratória.
- No passado, ele nos perguntava se isso poderia matá-lo, mas sempre respondemos que ninguém sabe quando vai morrer - justificou a mãe Caroline, segundo informações do jornal “Daily Mail”.
O pai, também Dominic Stacey, disse que a descoberta foi de cortar o coração.
- Ele me perguntou porque eu havia mentido para ele. Tivemos que sentar e explicar tudo. Foi a conversa mais difícil que já tive na vida - lembrou o pai.

Dominic com as irmãs Kate e Georgia
Dominic com as irmãs Kate e Georgia Foto: Reprodução / Mail Online

Desde então, o menino tem pesadelos frequentes e, certa noite, acordou pedindo que o pai encontrasse a cura para a doença.
- Eu queria dizer sim, mas foi tão difícil - recordou Dominic.
O menino também sofre de um tipo de epilepsia que gera até 20 espaços de memória por dia. Mas quase não toca mais no assunto e procura levar uma vida normal com as irmãs mais novas Kate, Georgia e Tahila. Dominic está sempre se divertindo com a família e amigos da escola. Isso quando não está se entupindo de comida, uma das atividades favoritas do pequeno britânico.
- Eu sou uma máquina de comer. Outro dia, eu comi um prato enorme de frutos do mar, sozinho - orgulha-se ele.

O menino descobriu a gravidade da doença pela internet
O menino descobriu a gravidade da doença pela internet Foto: Reprodução / Mail Online


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/britanico-de-oito-anos-pesquisa-na-internet-descobre-que-tem-doenca-terminal-4116724.html#ixzz1prNLu6hu

Uma nova esperança contra a Duchenne


TEXAS - Uma nova forma de manipular células-tronco embrionárias pode abrir caminho para o tratamento da distrofia muscular, doença degenerativa e incapacitante causada por mutação genética que bloqueia uma importante proteína do organismo. Pesquisadores americanos conseguiram restaurar a função muscular em roedores com distrofia muscular de Duchenne, a mais comum em crianças. Mas alertam que o uso em humanos ainda está longe.
O estudo realizado por cientistas do Centro Médico da Universidade do Sudoeste do Texas e publicado na revista "Nature Medicine" é o primeiro a demonstrar que o implante de células-tronco embrionárias pode restaurar músculos de camundongos modificados geneticamente para apresentarem a doença.
Em tese, as células-tronco embrionárias têm capacidade de se transformar em qualquer tecido. Por isso, elas poderiam ser usadas para reparar as células danificadas. Mas obter uma quantidade suficiente para recuperar músculos tem se mostrado um desafio.
- O problema é que as células-tronco embrionárias podem se transformar em tudo - disse Rita Perlingeiro, coordenadora do estudo. - E temos que encontrar uma forma de extrair aquelas que precisamos.
Melhoria na coordenação motora dos roedores
Os cientistas americanos sabiam que era importante isolar apenas as células que teriam a capacidade de se tornar músculo. Tentativas anteriores de transplante com outras células não diferenciadas levaram os animais a desenvolverem um tumor chamado teratoma.
A equipe de Rita usou uma técnica com corante fluorescente para selecionar as células. Isso permitiu isolar aquelas que poderiam se transformar músculo. E injetou o material em camundongos com a doença.
Depois de um mês, as células marcadas haviam penetrado no músculo, indicando que $formando novo tecido. Muitas fibras musculares também continham distrofina, proteína cuja ausência causa a doença. No período de três meses, não havia sinal de tumores. Os exames mostraram ainda que os músculos dos animais estavam mais fortes do que o dos ratos não tratados e apresentaram melhor desempenho em testes de coordenação.
- Já pesquisamos por quatro meses e não observamos sinais de tumores - disse Rita.
Ela tem esperança de desenvolver a terapia com células-tronco embrionárias para humanos com distrofia muscular. Uma hipótese é aplicar técnica similar a que foi usada por cientistas, em novembro passado, para obter o material a partir de células adultas da pele. Esta opção porém está longe de ser perfeita.
Ela reconhece que os dados são preliminares, mas está otimista:
- Você encaixa tijolo por tijolo para construir algo


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/esperanca-contra-distrofia-3635928#ixzz1prMO3ewY 

Ciência que sente e pinta as unhas



Entrevista com a Mayana Zatz: luta pelas pesquisas com células-tronco

Por Luciane CrippaSão Paulo
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Mayana Zatz (Foto: Bob Paulino)Mayana Zatz (Foto: Bob Paulino)
Mayana Zatz é uma cientista diferente. Logo no início da carreira, durante o mestrado em Genética realizado na Universidade de São Paulo (USP), ela saiu de trás das bancadas do laboratório para dar aconselhamento genético a famílias com filhos portadores de distrofia muscular. Anos depois, ao retornar de seu pós-doutorado em Genética Humana e Médica desenvolvido na Universidade da Califórnia, ela fundou, em 1981, a ONG Associação Brasileira de Distrofia Muscular, que atende, atualmente, 120 pacientes. Para a pesquisadora, o principal resultado desse trabalho foi o aumento da expectativa de vida dos indivíduos atendidos – e ela espera que esses dez anos a mais de vida sejam o tempo necessário para descobrir a cura, pois doentes afetados pela Distrofia Muscular de Duchenne – doença humana hereditária que afeta apenas meninos e causa a destruição das fibras musculares, levando à paralisia e eventualmente à morte – dificilmente sobreviviam aos 20 anos de idade. “Percebi que não podia ser só cientista, tinha que ajudar de outra maneira”, explica a bióloga, nascida em Israel e que morou na França até os sete anos de idade.
O lado “só cientista”, no entanto, é conhecido, e reconhecido, Brasil afora. Em 2005, Mayana encampou a luta pela regularização de pesquisas com células-tronco no Brasil. “Mais do que aquela briga toda, o melhor que ficou dessa história foi permitir que o cientista conversasse com a população”, lembra.
Pró-Reitora de Pesquisas da USP e professora de Genética do Instituto de Biociências da universidade, Coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano e do Instituto Nacional de Células-Tronco em Doenças Genéticas, Mayana publicou mais de 300 trabalhos científicos citados aproximadamente cinco mil vezes e é uma das maiores especialistas em células-tronco do país. Foi também a primeira brasileira a receber o Prêmio L'Oréal-Unesco para Mulheres na Ciência.
Globo Universidade - A senhora foi pioneira no estudo da correlação entre genes e os tipos diferentes de distrofias musculares. Quais foram as principais dificuldades relacionadas com o começo desses estudos no Brasil?
Mayana Zatz -
 Comecei a trabalhar com distrofias musculares ainda no mestrado e no doutorado, mas, na época, não existiam as tecnologias atuais de biologia molecular – na década de 1980 é que os testes moleculares começaram a ser desenvolvidos no exterior. Uma aluna minha do pós-doutorado, Maria Rita dos Santos e Passos-Bueno, foi para Inglaterra estudar e trouxe a tecnologia. Além disso, outra aluna, a doutora Mariz Vainzof, foi ao Canadá estudar proteínas musculares. Com isso, montamos a equipe de trabalho na Universidade de São Paulo, o embrião do Centro de Estudos do Genoma Humano, e começamos a trabalhar as correlações genótipo-fenótipo. A partir desses conhecimentos, começamos a identificar os genes que causavam as distrofias e descobrimos vários genes novos, bem como novas mutações. Isso ajuda a entender como os genes funcionam e o que acontece quando causam doenças.
GU - O que vocês já descobriram desde então?
MZ -
 Uma das grandes descobertas é que havia mais não-correlações do que correlações entre os genes. Identificamos que uma mutação que causava uma distrofia grave em uma pessoa, em outra, às vezes até da mesma família, podia não causar nada. Atualmente, nosso foco é entender porque uma pessoa sofre os efeitos, e outra não. Por aí, teremos caminhos muito importantes para futuros tratamentos.
GU - No Centro de Estudos do Genoma Humano vocês pesquisam o uso de células-troncos originárias do cordão umbilical, do tecido adiposo e da polpa dentária, com intuito de verificar o potencial de transformação delas em outros tecidos. Quais têm sido os resultados dessas pesquisas?
MZ -
 Estamos comparando o potencial dessas células-tronco se diferenciarem em músculos. Os cientistas usam o que chamo de “lixos biológicos”, como dente de leite, sangue menstrual e trompas retiradas em cirurgia, além do cordão umbilical e do tecido adiposo. No atual estágio dos estudos, as células estão sendo testadas em camundongos com distrofia muscular. Vamos comparar esses três tipos de células-troncos ao mesmo tempo, além de acompanhar o desenvolvimento dos bichos por, pelo menos, um ano. Por ora, o melhor resultado foi com tecido adiposo, que não foi rejeitado, se transformou em células musculares e fez com que os camundongos melhorassem.
GU - Em quanto tempo as células-troncos poderão ser usadas como tratamento?
MZ -
 É difícil dar uma perspectiva de tempo. Talvez, a partir dos resultados, seja possível começar a tratar antes de entender todo o mecanismo que está por trás. Isso, em outros tempos, já aconteceu com os transplantes e com drogas, como o lítio, para tratar a depressão.
GU - Vocês também desenvolvem pesquisas com células-tronco embrionárias?
MZ - 
Todas as linhagens de células-tronco embrionárias feitas nos Estados Unidos foram cultivadas em pele de camundongo ou em outros produtos animais. Queremos cultivá-las sem componente animal para poder usar em humanos. Nossas linhas de pesquisa estão mais interessadas em obter células-troncos embrionárias de pacientes que têm doenças genéticas. Se conseguirmos essas linhagens, posso entender, por exemplo, porque dois pacientes que têm a mesma mutação têm quadros diferentes no que diz respeito ao desenvolvimento da doença. E hoje também existe uma tecnologia chamada IPS, com a qual você pode reprogramar uma célula adulta, como uma célula da pele, para que se torne embrionária.
GU - A primeira linhagem de células-tronco embrionárias humanas foi isolada em 1998, nos Estados Unidos. A Lei de Biossegurança no Brasil, que permite o uso dessas células, é de 2005, e ainda com ressalvas. O que os pesquisadores perderam com esse hiato de sete anos?
MZ - 
Quando conseguimos aprovar a pesquisa com células-tronco embrionárias, a clonagem terapêutica não foi permitida, que é o método que permitiu a clonagem da ovelha Dolly, por exemplo. Trata-se de implantar o código genético adulto que está no núcleo da célula em um óvulo que, em laboratório, se comporta como uma célula-tronco embrionária. Quando propusemos a aprovação dessas pesquisas relacionadas à clonagem terapêutica, os grupos religiosos foram contra, dizendo que isso abriria caminho para a clonagem reprodutiva. Eu sempre defendi que não, pelo fato de que o processo de extrair e obter óvulos humanos é difícil e pode ser controlado. Quando em 2008 a discussão voltou ao Supremo Tribunal Federal, os japoneses já tinham descoberto as células IPS (células-tronco pluripotentes induzidas). Os mesmos grupos que foram contra a clonagem terapêutica foram a favor das células-tronco pluripotentes induzidas, que em tese são capazes, como as células-tronco embrionárias, de gerar qualquer tipo de célula e de tecido de um organismo.
Mayana Zatz (Foto: Bob Paulino)Mayana Zatz (Foto: Bob Paulino)
GU - Em julho, cientistas chineses publicaram estudos em que células IPS de camundongos geraram um animal clonado e fértil. A diferença da pesquisa chinesa, do que vinha sendo feito até então, é que não utilizou óvulos. Essa tecnologia dos chineses pode, no futuro, permitir a clonagem de um ser humano de uma maneira mais fácil?
MZ -
 Sim, você levantou um ponto muito importante. É possível usar essa técnica para fazer clonagem reprodutiva de modo muito mais fácil do que quando necessita de óvulos. Isso hoje está acessível a qualquer um que domine a tecnologia e que pode implantar as células para o embrião se desenvolver em qualquer útero, como o de uma vaca ou uma coelha. A opinião pública precisa se envolver nessa discussão. Os japoneses já se deram conta do que pode acontecer e enviaram um memorando para todos os grupos de pesquisa do país, dizendo que está proibido tentar a clonagem reprodutiva por esse processo.
GU - Em 2003, foi anunciado o sequenciamento do genoma humano, 13 anos depois de seu início. Quais são os desafios atuais no entendimento dos mecanismos do genoma humano?
MZ -
 Falta entender a interação entre esses genes e entre eles e o ambiente. Além disso, existem inúmeros processos, denominados epigenéticos, que regulam o funcionamento dos genes, e que são pouco conhecidos. A estimativa é de que, nos próximos 10 anos, qualquer um possa sequenciar o genoma por mil dólares. Isso vai gerar uma quantidade fantástica de informação, mas com muito pouco conhecimento. As pessoas vão achar várias mutações que não saberemos interpretar. Por conta disso, o Centro de Estudos do Genoma Humano pretende montar um banco de DNA de pessoas com mais de 80 anos e saudáveis. No momento em que as pessoas estiverem sequenciando seus genomas, esse banco vai servir de parâmetro.
GU - A senhora também é pró-reitora de Pesquisa da USP, que tem, entre outras atribuições, a função de pressionar o governo para agilizar as importações e propor uma lei de incentivo à pesquisa. Na sua opinião, o que mais falta ao pesquisador brasileiro para fazer pesquisas de Primeiro Mundo?
MZ – 
O Brasil melhorou muito na questão do financiamento à pesquisa, mas os pesquisadores têm dificuldades enormes com relação à burocracia. Um exemplo é quando o cientista vai apresentar um projeto de pesquisa: ele tem que especificar tudo que vai precisar, de insumos a equipamentos, nos próximos três anos. Nos Estados Unidos, o pesquisador tem uma ideia e no dia seguinte tem tudo no laboratório para testá-la. No Brasil, levamos meses para começar. Pensando em pesquisa competitiva, estamos atrasados já na largada. O outro entrave é a importação. É muito difícil importar e, às vezes, eles emperram até a entrada de material de doação. Já falei até para o presidente Lula que material para pesquisa deveria ser selado para ser liberado imediatamente. Tivemos muitas reuniões a respeito, mas há pouco progresso nesse sentido.
GU - Os Estados Unidos e a Coreia do Sul, países que se destacam na ciência e tecnologia, mantêm um modelo de parceria entre dinheiro público, pesquisa científica e iniciativa privada. É possível existir algo do tipo no Brasil?
MZ -
 A Coreia e a China estão investindo muito em educação. Um professor do primário, nesses países, ganha um salário muito maior do que o de um professor universitário. Acho certíssimo. O aluno da universidade já pode se virar sozinho, a criança não. Outro diferencial é que pagam salários diferentes para os melhores pesquisadores. Quem produz mais, quem trabalha mais, tem que ganhar mais e ter incentivo. Hoje o maior desafio em Ciência e Tecnologia é facilitar a vida do cientista. No Brasil, o pesquisador leva mais tempo viabilizando um projeto do que, efetivamente, o executando.
GU - Na pró-reitoria, a senhora encampou o projeto de abrir os laboratórios da USP para alunos do ensino médio. Paralelo a isso, mantém uma coluna no site da revista Veja voltada ao público-leigo. Qual a importância de aproximar a ciência e as pesquisas de ponta dos estudantes e da população comum?
MZ O Programa de Pré-iniciação científica da USP vai fazer um ano. Nesse período, abrimos os laboratórios para 380 alunos do ensino médio. O maior objetivo do projeto é contaminá-los com o “vírus” da curiosidade. São jovens com 15 a 17 anos e o programa foi um sucesso e vários alunos declararam que a vivência na USP foi um divisor em suas vidas. Para 2010, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) já garantiu 400 bolsas para a continuação do trabalho. Uma frase do pensador chinês Confúcio diz: "Conte-me e eu vou esquecer, mostre-me e eu vou lembrar, envolva-me e eu vou entender." Quanto à revista Veja, no mundo inteiro existe um apelo para que o cientista converse com a população. A coluna ajuda a desmistificar a ciência e a ideia de que cientistas são malucos, de cabelo em pé. Nós somos pessoas comuns, eu até pinto as unhas. Graças à coluna, tenho recebido inúmeros e-mails de jovens que me dizem que querem se tornar cientistas. Isso me dá uma grande alegria.

Brasil deve testar tratamento inédito com células tronco em 2012



Pesquisadores brasileiros devem testar em seres humanos um tratamento inédito com células-tronco para tratar de portadores de distrofia muscular de Duchenne, informou a Agência Brasil.


Segundo a agência, os pacientes vão receber, pela primeira vez no país, células-tronco retiradas de outra pessoa. Até agora, o Brasil só tratava com células-tronco do próprio paciente.
Segundo a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Mayana Zatz, os primeiros testes com pacientes devem ocorrer no final de 2012. Os voluntários para a pesquisa serão jovens com a doença que atinge crianças do sexo masculino e causa a degeneração dos músculos.
Os pacientes vão células-tronco extraídas da gordura. As células-tronco de doadores saudáveis serão tratadas e implantadas nos músculos dos pacientes doentes. As células, por suas características biológicas, podem se transformar em tecido muscular e regenerar músculos comprometidos pela doença.
Segundo a pesquisadora, esse procedimento já foi testado em ratos e cães e, até agora, não apresentaram nenhum efeito colateral.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/brasil/brasil-deve-testar-tratamento-inedito-com-celulas-tronco-em-2012-3276821.html#ixzz1prJn17xg
 




"Enfim, surge uma luz no fim do túnel.
Que Deus continue tocando no coração da Dra. Mayana e ela consiga avançar com as pesquisas e descubra uma forma de acabar com o sofrimento dos pacientes portadores de Duchenne"

terça-feira, 20 de março de 2012

Genomas corrompidos

Posted: 16 Mar 2012 08:11 AM PDT


Não estou falando do DNA de pessoas desonestas , mas sim do genoma de todos nós. Na coluna passada contei a história do repórter  John Lauerman, de 53 anos,  que havia sequenciado seu genoma e encontrado variantes que aumentavam muito seu risco de vir a ter doenças no futuro incluindo Alzheimer e um tipo de câncer aparentemente letal. Informações bem angustiantes, não podemos negar. Logo em seguida a revista Science (17 de fevereiro) publicou um artigo com o resultado do sequenciamento do genoma de 1000 pessoas. Descobriram que todos nós temos cerca de 100 variantes que codificam proteínas com perda de função (loss of function variants- LOF)  e 20 genes completamente inativados. O otimista dirá só 20? Enquanto o pessimista certamente ficará em pânico. É a história do copo meio cheio ou meio vazio.
Genes que não fazem falta?
O interessante é que podemos nascer e viver com  cerca de 20 genes inativados e sermos saudáveis. Entretanto, se fossem os mesmos 20 genes em todo mundo seria mais fácil tranquilizar as pessoas. Mas o que os pesquisadores descobriram é que esses 20 genes (ou um número aproximado) diferem entre uma pessoa e outra. Portanto precisamos ainda descobrir quais são esses genes para poder explicar  às pessoas, antes que elas entrem em pânico, que esses genes “faltantes” não lhes farão falta.
E porque não fazem falta?
Provavelmente são genes que podem estar associados a doenças de início tardio (por exemplo, doença de Parkinson ou Alzheimer) ou são genes que controlam funções não essenciais. Por exemplo, genes responsáveis por sentirmos ou não certos odores, digerirmos certos alimentos (como a  lactose do leite ) ou que “teoricamente” poderiam estar associados a um melhor desempenho em algumas modalidades esportivas (ACTN3 para esportes). Os genes essenciais, que são indispensáveis para sobrevivência  ou para garantir um corpo saudável não podem estar inativados. São classificados como genes conservados e geralmente estão  presentes em toda a escala evolutiva. Aliás a sua presença em organismos inferiores constitui uma prova que são essenciais.
O genoma funcional
Ainda estamos aprendendo muito sobre a função dos genes, o que chamamos de genoma funcional. E nesse sentido, as doenças genéticas têm dado uma contribuição fundamental. Isso porque ao descobrirmos que uma doença é causada por uma mutação ou perda de função de um gene, por exemplo uma degeneração muscular, inferimos que esse gene é importante para a função muscular.
Modelos knockout
Um outro modo de descobrir a função de um gene é o que chamamos de modelos knockout. Por meio de técnicas de engenharia genética abolimos a função de um gene para ver o que acontece. Mas é claro que isso só pode ser feito em modelos animais (que vão de drosófila a camundongos) e nem sempre o modelo animal reproduz o que acontece em seres humanos. Mas na prática é o que é possível e muitas informações relevantes já foram obtidas a partir dessa estratégia.
Enquanto isso…..
Outro dia me mandaram um email que dizia: enquanto vocês discutem se o copo está meio cheio ou meio vazio eu tomei a água. Acredito que isso vai acontecer com o estudo do nosso genoma. Enquanto discutimos as funções dos genes, o possível efeito dos genes com perda de função na nossa saúde e o impacto positivo  ou negativo de termos essas informações,  oferecer o sequenciamento do nosso genoma está se tornando um negócio muito lucrativo.
Por Mayana Zatz
http://veja.abril.com.br/blog/genetica/sem-categoria/genomas-corrompidos/

Perueiros barram transporte de passageiro especial

Guilherme Kastner
Perueiros barram transporte de passageiro especial
É comum idosos serem obrigados pelos cobradores a pagar a tarifa
 
Por Chico Junior

Perueiros de lotações intermunicipais têm impedido a viagem de mais de um passageiro com bilhete especial. A Folha Metropolitana presenciou cobradores exigindo pagamento de tarifa de idosos e de pessoas com deficiência. A prática ilegal é generalizada e foi observada em diversas linhas da Região Metropolitana.

Por volta das 21h, a aposentada Verônica* e seu filho Everton, portador de deficiência, aguardavam o transporte rumo ao município de Arujá. A cobradora do lotação tentou negociar o pagamento de pelo menos uma das tarifas.

“Eles pedem que eu pague para mim ou para ele. É sempre assim. Daí eu tenho que ficar no ponto esperando um ônibus passar.” Eles aguardaram o coletivo por mais de 30 minutos. Os perueiros usam o termo “carteirinha” para se referir aos usuários preferenciais.
“Já tem uma carteirinha aqui. A senhora vai ter de ir no outro”, disse um cobrador. Havia bancos vazios mesmo entres os preferenciais. A van parte do Terminal Tucuruvi com destino a Guarulhos.

Em outro caso observado no Terminal Armênia, uma cobradora perdeu a paciência e discutiu com um casal de idosos. Os passageiros tinham entrado sem informar que eram “carteirinhas”, disse a perueira. “Tem de avisar antes”, disse rispidamente.
EMTU vai intensificar fiscalização nos pontos de embarque
 
Questionada sobre a prática ilegal verificada, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), vinculada à Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos (STM) do Governo do Estado, enviou nota à reportagem.

A assessoria de imprensa informou que os operadores do Serviço ORCA/RTO (Operador Regional Coletivo Autônomo/Reserva Técnica Operacional) fiscalizam periodicamente diversos pontos de embarque localizados na Região Metropolitana.
“Se constatado pelo fiscal da EMTU o impedimento do embarque dos passageiros especiais, o operador é autuado (...). Esta empresa [EMTU], no entanto, intensificará as fiscalizações nos locais mencionados para assegurar o atendimento aos usuários especiais.” A empresa reforçou ainda o direito aos assentos reservados conforme uma lei federal.

"um absurdo a população passar por esse constrangimento, causado por pessoas sem preparo para lidar com quem mais deveriam ter respeito, que são os idosos" (Professor Anderson Luz)