quinta-feira, 30 de maio de 2013

Cientistas identificam mecanismo celular ligado ao envelhecimento

Posted: 29 May 2013 10:49 AM PDT

Cientistas suíços anunciaram nesta quarta-feira (22) ter dado um passo adiante na tentativa de desvendar o mistério do envelhecimento, após descobrir o impacto de um gene ligado à longevidade em camundongos e, depois, conseguir estender em 60% a vida de vermes graças a um tratamento básico com antibióticos.
“Eles não só estão vivendo mais, mas também estão mais saudáveis”, afirmou Johan Auwerx em um vídeo divulgado pela Escola Politécnica de Lausanne (EPFL), um instituto de pesquisas de ponta suíço.
As descobertas da equipe de Auwerx foram publicadas na revista científica britânica “Nature”. O objetivo da pesquisa foi descobrir por que alguns indivíduos da mesma espécie conseguem ter uma vida mais longa do que outros.
“Por algum tempo, nosso laboratório vem usando uma população de referência de camundongos com genética complexa, que imita a população humana, para estudar o envelhecimento”, explicou Auwerx.
Os cientistas começaram examinando a mitocôndria dos roedores – uma usina de energia em escala celular – e descobriram três genes que afetam a expectativa de vida dos animais através da velocidade com que funcionam.
Aqueles que tiveram seus genes 50% mais lentos viveram 250 dias a mais, ou cerca de 30% da expectativa de vida dos camundongos.
“Com base nesta observação, nós trocamos o modelo e começamos a validá-lo em um verme”, disse Auwerx. “Derrubando as mesmas proteínas, pudemos ver um aumento de até 60% na duração da vida do verme”, acrescentou.
Auwerx ressaltou que quando a mitocôndria é composta de bactérias que vivem dentro das células, sua equipe fez o experimento com antibióticos, que visam as bactérias.
“Pudemos ver que tratar os vermes com antibióticos também imitou os efeitos genéticos e que eles também viveram 60% mais”, passando de 19 dias para 30, explicou. A mitocôndria transforma nutrientes em vários tipos de proteínas e alguns estudos anteriores sugeriram que ela pode ser o motor do envelhecimento.
A equipe científica suíça, trabalhando com colegas da Holanda e dos Estados Unidos, conseguiu identificar o gene específico envolvido no processo e descobriu como as variações na proteína poderiam afetar a expectativa de vida.

Eles descobriram que as chamadas MRPs – proteínas ribossomais mitocondriais – tiveram um impacto inversamente proporcional na longevidade. Além disso, viram que a falta de MRPs em momentos-chave dos estágios iniciais do desenvolvimento do indivíduo causou estresse na mitocôndria.
Isso teve impactos negativos de curto prazo, como redução da fertilidade, mas a longo prazo pareceu resultar em melhor estrutura muscular, assim como em uma vida mais longa. Os cientistas reforçaram que estudos mais aprofundados são necessários para confirmar se os antibióticos podem ser usados para controlar o envelhecimento em mamíferos.


Da AFP

Espanhóis desenvolvem possível tratamento de diabetes tipo 1


Posted: 24 May 2013 05:09 AM PDT

Pesquisadores do Instituto de Investigação em Ciências da Saúde Germans Trias i Pujol, na Espanha, anunciaram a descoberta de um tratamento para o diabetes tipo 1, testado com resultados positivos em ratos de laboratório. Feito pelo grupo de Imunologia do Diabetes, o estudo foi publicado na revista científica Plos One. Os investigadores indicaram que a estratégia pode ser a base para a prevenção do diabetes e de outras doenças de causa autoimune.
O tratamento é baseado na extração de células dendríticas do sistema imunológico do paciente e na sua modificação in vitro. As células modificadas são reintroduzidas e conseguem impedir a destruição das células produtoras de insulina.
O diabetes tipo 1 é uma doença metabólica causada pela destruição das células beta do pâncreas – as que produzem insulina, que é responsável pela transformação da glicose ingerida. É também conhecido como diabetes insulinodependente, diabetes infanto-juvenil e diabetes imunomediado.
No diabetes tipo 1, os portadores precisam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais. A doença, embora ocorra em qualquer idade, é mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens.
A pesquisa contou com a colaboração do Instituto de Investigação do Hospital Vall d’Hebron, em Barcelona, e do Instituto de Investigação Biomédica da Universidade de Lleida
Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.

Renata Giraldi - Agência Brasil

Brasileiro ajuda a desvendar mistérios do DNA com tripla hélice

Posted: 24 May 2013 04:59 AM PDT

O pesquisador Eduardo Gorab, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), explica neste vídeo produzido pela equipe da revista Pesquisa FAPESP o método desenvolvido por ele que utiliza um antigo anticorpo para reconhecer um tipo raro de estrutura presente no material genético de moscas: 
“A tripla hélice é uma das possibilidades, assim como uma simples fita também é outra possibilidade, uma única cadeia, e também as hélices quádruplas, os quartetos. Existem várias possibilidades. Existem, inclusive, outras conformações dentro da dupla hélice, a forma ‘A’ do DNA, a forma ‘Z’. O grande desafio dessa história é chegarmos ao papel biológico dessas estruturas, digamos, alternativas”, declara o professor do IB-USP.
De acordo com Gorab, a inusitada tripla hélice se encontrava na heterocromatina, região cromossômica em que o DNA permanece compactado ao lado de proteínas e de RNA, o ácido ribonucleico. Por isso, quando identificou a tripla hélice no interior dessa região, Gorab suspeitou que ela pudesse estar associada ao processo de desativação de genes, de comum ocorrência na heterocromatina. No entanto, um estudo publicado em 27 de janeiro deste ano na revista científica Nature Structural & Molecular Biology pelo brasileiro e colegas da Europa e do Japão sugere novas possibilidades para o papel das triplas hélices no núcleo celular.





Cientistas curam epilepsia em cobaias ao fazer transplante cerebral

Posted: 13 May 2013 07:00 AM PDT

Cientistas americanos conseguiram curar, pela primeira vez, camundongos com epilepsia ao fazer um transplante de células cerebrais. Os resultados do estudo foram publicados na edição online da revista “Nature Neuroscience”, no domingo (5).
Os pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) utilizaram terapia celular para controlar as convulsões das cobaias. Metade dos roedores tratados foi totalmente curada, e os demais tiveram o número de crises espontâneas reduzido drasticamente, além de terem se tornado menos agitados e conseguirem um melhor desempenho em testes de labirinto na água.
Para isso, os animais passaram por uma cirurgia em que células embrionárias chamadas MGE substituíram as estruturas que falhavam na epilepsia. Quando migram e amadurecem, essas células desempenham um papel importante no estabelecimento do equilíbrio entre a excitação e a inibição.
No caso da doença, as MGE inibiram a sinalização de circuitos nervosos hiperativos no hipocampo, região do cérebro associada às convulsões, além de ser a sede da memória e do aprendizado. Além disso, elas foram capazes de se integrar normalmente aos circuitos neurais já existentes.
Anteriormente, outros cientistas haviam usado diferentes tipos de células em transplantes de roedores, mas não obtiveram sucesso na interrupção das crises de epilepsia. A própria equipe da UCSF chegou a realizar cirurgias na amígdala – região do cérebro envolvida na memória e nas emoções – dos roedores, mas não teve resultado positivo.

Terapia mais efetiva que remédios
Segundo o principal autor do estudo, Scott C. Baraban, a terapia celular pode ser mais efetiva para a doença que os atuais medicamentos disponíveis, pois as drogas apenas controlam os sintomas, e não agem sobre as causas por trás das convulsões.
Baraban destaca que a descoberta é um passo encorajador em direção ao uso de neurônios inibitórios para o transplante de células em adultos com formas graves de epilepsia.
“Esse procedimento oferece a possibilidade de controlar as convulsões e resgatar deficits cognitivos em pacientes”, acredita.
A equipe de Baraban trabalhou com um tipo de epilepsia grave e resistente a remédios, chamada epilepsia do lobo temporal mesial. Esse problema geralmente se desenvolve na adolescência, às vezes anos após uma convulsão ser desencadeada por febre alta na infância.
Outra pesquisa conduzida pela UCSF e publicada na quinta-feira (2) na revista especializada “Cell Stem Cell” aponta outro passo animador nessa área. Os autores conseguiram produzir em laboratório células MGE semelhantes às humanas e, ao serem transplantadas em camundongos saudáveis, elas funcionaram como neurônios inibitórios.

Como são as crises epilépticas
Durante as convulsões causadas pela epilepsia, contrações musculares extremas e, muitas vezes, a perda da consciência podem provocar perda de controle, quedas e lesões graves. Ao mesmo tempo, há os efeitos não visíveis, que incluem uma descarga anormal sobre a excitação de células nervosas.
Em muitas formas da doença, a perda ou o mau funcionamento de neurônios inibitórios no interior do hipocampo desempenha um papel crítico. Assim, os pacientes podem perder células nervosas e sofrer alterações comportamentais e diminuição da capacidade de resolver problemas.

Manipulação de gene ligado ao Parkinson prolonga vida de moscas

Posted: 13 May 2013 06:54 AM PDT

A manipulação de um gene ligado ao Mal de Parkinson prolongou em 25% a vida de drosófilas, o que poderá proporcionar importantes informações sobre esta doença e o envelhecimento humano, revela um estudo publicado nesta segunda-feira nos Estados Unidos.

“O envelhecimento é um fator de risco importante para o desenvolvimento e a progressão de muitas enfermidades neurodegenerativas”, como o Mal de Alzheimer, lembrou David Walker, professor de biologia e fisiologia na Universidade da Califórnia em Los Angeles, principal autor da pesquisa.

“Acreditamos que nossa descoberta lança luz sobre o mecanismo molecular ligado a estes dois processos”.

Este gene, chamado de ‘parkin’, tem ao menos duas funções vitais: detecta as proteínas danificadas para que sejam eliminadas antes que se tornem tóxicas, e desempenha um papel importante para a remoção da mitocôndria danificada. As mitocôndrias são geradoras de energia na célula.

Os pesquisadores elevaram os níveis do gene ‘parkin’ nas drosófilas e verificaram que estes insetos, cuja longevidade é inferior a dois meses, viveram mais 25% do que o grupo de controle.

“Apenas com o aumento do nível dos genes ‘parkin’, estas moscas viveram significativamente mais tempo, sem deixar de ser saudáveis, ativas e férteis”, destacou Anil Rana, outro pesquisador da equipe, cujo trabalho está publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências (PNAS, sigla em inglês).

Entre os humanos, um tratamento para aumentar a atividade do gene ‘parkin’ poderia retardar a aparição e a progressão do Parkinson e de outras doenças relacionadas à idade, estimam os pesquisadores.

A maioria das pessoas com Mal de Parkinson desenvolve a doença em idade adulta, mas alguns nascem com uma mutação do gene ‘parkin’ e apresentam sintomas da doença desde cedo.

“Nossa pesquisa poderá revelar que o gene ‘parkin’ é um importante objetivo terapêutico para doenças neurodegenerativas e, possivelmente, para outras enfermidades ligadas ao envelhecimento”, destacou David Walker.

Pesquisa abre caminho para nova terapia contra anemia congênita

Posted: 13 May 2013 06:47 AM PDT

Com auxílio da técnica de reprogramação celular premiada com o Nobel de Medicina em 2012, cientistas brasileiros e americanos conseguiram transformar células da pele de portadores de uma mutação genética causadora de anemia aplástica em células-tronco pluripotentes, semelhantes às embrionárias.
Também conhecida como aplasia de medula, essa doença potencialmente fatal é caracterizada pela produção insuficiente de glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas. O resultado são infecções frequentes, sangramentos e anemia grave.
O objetivo dos pesquisadores é encontrar, no futuro, um meio de transformar células-tronco pluripotentes induzidas (IPS, na sigla em inglês) em células-tronco hematopoiéticas – que têm a capacidade de formar todas as células do sangue –, para então infundi-las nos pacientes e promover regeneração da medula.
Atualmente, a única opção terapêutica nos casos de anemia aplástica congênita é o transplante de medula com doador, mas apenas 25% dos afetados encontram um voluntário compatível. No Brasil, estima-se o surgimento de 400 novos casos da doença por ano.
O estudo foi realizado por pesquisadores do Centro de Terapia Celular (CTC) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP – na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), e contou com a parceria de cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), dos Estados Unidos. Os resultados foram descritos na edição mais recente do The Journal of Clinical Investigation.
O método de reprogramação celular usado foi descrito em 2006 por Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto, no Japão, e consiste em inserir em uma célula adulta certas proteínas que alteram a expressão do genoma celular.
“Esses quatro fatores de transcrição descobertos por Yamanaka ativam genes relacionados ao estágio embrionário da célula e desligam outros genes que deveriam estar ativos após o amadurecimento celular. Mas não sabíamos se era possível fazer essa reprogramação em portadores da mutação genética causadora de anemia aplástica”, contou Rodrigo Calado, pesquisador do CTC que coordenou a investigação.
Segundo Calado, a aplasia de medula também pode ser de origem autoimune. Nesse caso, o próprio sistema imunológico destrói as células da medula responsáveis pela produção do sangue e o tratamento é feito com medicamentos imunossupressores.
Mas, no caso dos pacientes que participaram da pesquisa, a causa da doença é um defeito no gene responsável pela síntese de uma enzima chamada telomerase, fundamental para manter a capacidade de proliferação celular.
“Nas pontas dos cromossomos existem estruturas chamadas telômeros. Eles servem para proteger o DNA, assim como o plástico presente na ponta dos cadarços. Toda vez que a célula se divide, os telômeros diminuem de tamanho, até um momento em que a célula não consegue mais se proliferar e morre ou entra em senescência (perde a capacidade de se dividir). Isso está relacionado ao processo de envelhecimento”, explicou Calado.
Mas a enzima telomerase é capaz de manter o comprimento dos telômeros intacto mesmo após a divisão celular. Por essa razão, precisa estar altamente expressa na fase embrionária e, durante toda a vida, nas células-tronco, que estão em constante divisão. Esse é o caso das células da medula óssea.
Nos pacientes com a mutação genética, como não há telomerase suficiente, as células hematopoiéticas sofrem uma espécie de envelhecimento precoce e não conseguem proliferar adequadamente. Outras partes do corpo também são afetadas e, frequentemente, essas pessoas sofrem de cirrose hepática ou fibrose pulmonar.
“Um dos nossos objetivos era justamente ver o que acontecia com os telômeros durante o processo de reprogramação celular. Teoricamente, eles deveriam ficar mais longos, já que a célula passa por uma espécie de rejuvenescimento, ou seja, volta a um estágio anterior de seu desenvolvimento”, disse Calado.
Para fazer essa verificação, os cientistas reprogramaram as células da pele de dois grupos de pacientes: portadores de anemia aplástica com a mutação genética e voluntários saudáveis que serviram de controle.
“Pudemos observar que, no grupo controle, os telômeros dobraram de tamanho após a reprogramação celular. Já nas células com o gene mutante eles continuaram praticamente iguais”, contou o pesquisador.
Outro fenômeno observado pelo grupo foi que, ao reduzir o nível de oxigênio nas estufas onde as células pluripotentes estavam armazenadas, o tamanho dos telômeros aumentou 20% nos dois grupos após um mês.
“Reduzimos a concentração de oxigênio de 21%, presente no ar ambiente, para 5%. Isso induziu a expressão de uma proteína chamada HIF, que por sua vez aumentou a síntese da telomerase. Além disso, com menos oxigênio, o DNA sofreu menos oxidação e houve menor produção de radicais livres”, contou Calado.

Quebra-cabeçaEmbora o trabalho tenha levantado uma série de resultados inéditos e promissores, ainda há muitas peças do quebra-cabeça a serem encontradas antes que essa linha de pesquisa se torne uma terapia possível de ser testada em humanos.
Um dos primeiros obstáculos a serem superados é descobrir um meio de induzir a pluripotência nas células adultas sem a necessidade de usar um vírus como vetor.
“Em nossa pesquisa, assim como na de Yamanaka, introduzimos em um vírus os genes responsáveis pela expressão das quatro proteínas necessárias para reprogramar a célula. O vírus então se integra ao cromossomo e a célula passa a sintetizar esses fatores de transcrição. Alguns grupos tentaram incluir diretamente os genes nos cromossomos das células, mas o resultado não foi tão eficiente”, contou Calado.
A parte do DNA viral responsável por causar doenças é retirada antes do procedimento. Ainda assim, é consenso entre os cientistas que as células pluripotentes obtidas por essa técnica não devem ser testadas em humanos por causa do risco de induzir a formação de tumores.
“Essas células já foram testadas em animais e, em alguns casos, houve desenvolvimento de tumores. As células-tronco obtidas de embriões já foram aplicadas em humanos e também houve casos de câncer”, contou Calado.
Para minimizar esse risco, afirmou, os cientistas precisam investigar melhor os mecanismos que regulam a expressão dos genes nas células-tronco. Dessa forma, terão um controle maior sobre seu comportamento no organismo.
Outro desafio, no caso específico da anemia aplástica, é encontrar uma forma de promover a transformação das IPS em células-tronco hematopoiéticas. “Hoje conseguimos induzir apenas transformação em células do sangue já diferenciadas, como leucócitos, plaquetas e glóbulos vermelhos”, disse Calado.

The Journal of Clinical Investigation (JCI) publicou a íntegra do artigo Defective telomere elongation and hematopoiesis from telomerase-mutant aplastic anemia em sua página eletrônica na internet.

KARINA TOLEDO – Agência FAPESP

Estudo americano decifra processo de envelhecimento

Posted: 08 May 2013 09:49 AM PDT

Um estudo realizado por cientistas de Albert Einstein College of Medicine em Nova York, nos Estados Unidos, aponta que a atividade de uma molécula no hipotálamo (uma região do cérebro) é responsável por sinalizar o começo do envelhecimento. A pesquisa foi publicada ontem na revista especializada Nature. A descoberta pode levar a novos tratamentos para doenças envolvendo a velhice.
A equipe do fisiólogo Dongsheng Cai monitorou, no cérebro de ratos, a atividade da NF-kB, uma molécula que controla a transcrição de DNA e é relacionada a inflamações e à reação do corpo a situações de estresse. Eles descobriram que a molécula se torna mais ativa no hipotálamo conforme o rato fica mais velho.
Procedimento. Quando era injetada nos animais uma substância que inibe a ação da NF-kB, os ratos viviam mais, tinham mais sucesso em testes de cognição e movimento e mostraram menor declínio em força muscular, espessura de pele e massa óssea. Já os ratos que receberam a substância que estimulava a atividade da molécula morriam mais cedo. “Nós oferecemos evidências científicas para o conceito de que o envelhecimento sistêmico é influenciado por um tecido particular no corpo”, disse Cai.
Manipulando o hipotálamo, ele conseguiu aumentar a longevidade dos ratos em 20%. E admitiu que o mesmo tratamento pode funcionar em humanos.

Hipotálamo tem a chave do envelhecimento

Posted: 08 May 2013 09:41 AM PDT
 

Cientistas americanos descobriram um centro de comando biológico para o processo de envelhecimento em um pedaço de cérebro do tamanho de uma noz: o hipotálamo. O mecanismo, nas profundezas do cérebro de camundongos, mostrou ainda que pode ser ajustado para encurtar ou alongar a vida dos roedores.
Em uma série de experimentos, os pesquisadores descobriram que poderiam aumentar a vida dor camundongos em 20%, sem que os animais sofressem de fraqueza muscular, perda óssea ou problemas de memória comuns na idade avançada.
O trabalho levanta a perspectiva tentadora de medicamentos que retardam o envelhecimento natural para prolongar a vida de seres humanos, mas mais crucial para evitar doenças relacionadas à idade, tais como diabetes, doenças cardíacas e mal de Alzheimer.
— Estamos animados com o trabalho, que apoia a ideia que o envelhecimento é mais que uma deterioração passiva de diferentes tecidos. Há um controle e pode ser manipulado — disse o pesquisador Dongsheng Cai ao jornal “Guardian”.
Na revista “Nature”, que publicou o estudo, os cientistas descrevem como chegaram ao que parece ser o centro de controle de envelhecimento no organismo. Eles descobriram que um composto químico chamado NF-kB se tornava mais ativo no cérebro de camundongos conforme eles envelheciam. Quando os pesquisadores bloquearam a substância, os camundongos viveram até 1100 dias, enquanto roedores saudáveis vivem entre 600 e mil dias. Quando eles aumentaram o nível de NF-kB, todos os camundongos morreram em 900 dias.
Testes feitos nos animais em seis meses de estudos constataram que aqueles sem NF-kB tinham mais músculos e ossos, eram mais saudáveis e melhores no aprendizado. Trabalhos posteriores mostraram que o NF-kB baixava os níveis de um hormônio chamado GnRH, mais conhecido pelo papel na fertilidade e no desenvolvimento de esperma e óvulos. Quando os cientistas deram aos camundongos velhor doses de GnRH, descobriram que o hormônio também estendeu a vida dos animais, e até gerou neurônios novos.
Segundo Cai, há muitas maneiras de conter o envelhecimento, “mas por enquanto vamos trabalhar para entender este mecanismo”, disse.
Em um artigo que acompanhava o estudo na “Nature”, Bruce Yankner, da Escola de Medicina de Harvard, e Dana Gabuzda, do Instituto de Câncer Dana-Farber, em Boston, escreveram que, se confirmados, os resultados podem ter “implicações importantes para o entendimento e tratamento de doenças relacionadas à idade”

Como andam seus telômeros?

Posted: 08 May 2013 08:57 AM PDT

Estudos recentes mostraram que, além das marcas mais visíveis no corpo, o estresse crônico nos afeta em nível molecular, encurtando o tamanho dos telômeros, o que parece valer também para outros animais. Os telômeros são as regiões que se encontram nas extremidades dos cromossomos.
Além das marcas mais visíveis no corpo, o estresse crônico nos afeta em nível molecular, encurtando o tamanho dos telômeros
Devido às peculiaridades da enzima DNA polimerase envolvida na duplicação do DNA, que ocorre antes da divisão celular, se não houver ajuda de outra enzima, a telomerase, haveria um encurtamento progressivo dos cromossomos à medida que as gerações de células se sucedessem. Se isso ocorresse, os cromossomos atingiriam prematuramente um limite crítico de tamanho que os tornaria instáveis, o que comprometeria o funcionamento das células e as levaria à morte.
Sem a telomerase, a DNA polimerase só é capaz de realizar a replicação até quase o final da cadeia, deixando um pequeno trecho sem cópia nova. A telomerase evita essa situação esticando um pouco mais as extremidades do DNA, o que permite então a duplicação integral das cadeias.
Entretanto, nem mesmo a telomerase evita que, ao longo da vida de um indivíduo, o DNA vá diminuindo gradualmente. Esse processo (a diminuição dos telômeros) é um entre tantos outros que refletem em nível molecular o desgaste ocorrido nas células e que leva à parada de suas funções.
A telomerase comporia assim um sistema de reparo do DNA, mas nem sempre atuante. Ou seja, as nossas células seguem ao longo de suas vidas um programa que compreende o equilíbrio entre reações de preservação e de desgaste do material genético. No final, prevalece o desgaste e a senescência daí decorrente.
Telômeros
Os telômeros são sequências repetitivas de DNA que protegem as extremidades dos cromossomos da mesma forma que ponteiras plásticas protegem as pontas de cadarços. Seu encurtamento e desgaste sinalizam a senescência. (imagem: Wikimedia Commons)

Vulnerabilidade ao ambiente

Alguns dados da literatura científica destacam o fato de que esse programa de vida das células pode ser alterado diretamente por fatores externos, como o estresse gerado pela simples interface formada entre o indivíduo e o seu ambiente mais imediato. Estamos assim diante de uma situação nova, na qual se percebe que os cromossomos, que acreditávamos estar alojados e protegidos nos núcleos das células, se revelam na verdade como entidades bem vulneráveis e sensíveis às intempéries ligadas a diferentes estilos de vida.
Os cromossomos, que acreditávamos estar protegidos nos núcleos das células, se revelam como entidades bem vulneráveis e sensíveis às intempéries ligadas a diferentes estilos de vida
Essa associação foi mostrada por Elizabeth Blackburn e Elissa S. Epel num artigo recente da revista Nature que revela dados impressionantes. Por exemplo, mães que tiveram que cuidar de filhos doentes sem ajuda dos parceiros tinham telômeros mais curtos do que aqueles de mulheres de grupos-controle. Isso vale também para indivíduos expostos a ameaças constantes, como guerras e outros conflitos, problemas financeiros crônicos, maus-tratos e abandono, sobretudo em crianças.
Incidentalmente, o encurtamento precoce dos telômeros já foi demonstrado em crianças que frequentavam cursos de alfabetização, o que enfatiza a enorme importância de garantir que esse primeiro contato com a escola seja cuidadosamente planejado. Já se conhece o profundo efeito que o bullying tem na vida dos estudantes e não surpreenderia se suas vítimas apresentassem telômeros significativamente menores que seus colegas.
No artigo de Blackburn e Epel, há um diagrama que mostra também que o efeito do estresse é duradouro. Ao comparar os comprimentos dos telômeros de adultos que sofreram episódios traumáticos durante a infância, é possível notar que o encurtamento dos telômeros é diretamente proporcional à frequência destes ao longo da vida.
Mas nem tudo está perdido. Experimentos com camundongos mostram que o comprimento dos telômeros pode ser revertido, o que não só traz esperança para as vítimas do estresse como também revela uma ferramenta para avaliar o sucesso das terapias adotadas.
Fica evidente que, longe de ser o grande ditador, o genoma de um indivíduo é um parceiro bastante plástico, o que reforça a ideia de que a discussão nature x nurture (natureza x ambiente) está longe de ser resolvida.

Franklin Rumjanek
Instituto de Bioquímica Médica
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Feira do Emprego


Professor Anderson Luz

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Cientistas descobrem gene ligado à regeneração das células do coração


Posted: 18 Apr 2013 06:43 AM PDT

Ideia dos pesquisadores é retomar divisão celular, interrompida na infância. Técnica poderia ser usada para recuperação após infartos.

Do G1, em São Paulo
Um estudo publicado nesta quarta-feira (17) revela a influência que um gene específico tem sobre a capacidade regenerativa do coração. Os responsáveis pela descoberta acreditam que ela possa ser aplicada em tratamentos cardíacos.

O gene em questão se chama Meis1, e sua atuação está naturalmente ligada aos primeiros meses de vida. Cientistas já haviam percebido que a atividade deste gene sobre as células cardíacas aumenta pouco após o nascimento – que também é o período em que essas células param de se dividir e o coração adquire a forma que terá pelo resto da vida, com diferença apenas de tamanho.

A equipe de Hesham Sadek, da Universidade do Sudoeste do Texas decidiu então testar se a “retirada” desse gene já na fase adulta faria com que as células do coração voltassem a se dividir.
A pesquisa, publicada na versão online da revista “Nature”, mostra que o bloqueio da ação do Meis1 obteve esse efeito desejado em camundongos no laboratório. Além disso, nenhum efeito colateral nocivo foi registrado nas cobaias.
Em estudos anteriores, a mesma equipe já havia descoberto que a multiplicação de células cardíacas é eficaz na regeneração do coração, necessária em casos de lesões graves, como um infarto. Portanto, se os médicos conseguirem controlar e induzir esse processo, poderão aplicá-lo na recuperação de pacientes.

http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/04/cientistas-descobrem-gene-ligado-regeneracao-das-celulas-do-coracao.html

Pesquisadores da Unicamp desvendam papel de proteína em metástase


Posted: 18 Apr 2013 06:34 AM PDT
Descoberta do mecanismo desta proteína nos processos de adesão e migração celular pode contribuir para o desenvolvimento de técnicas que impeçam a propagação de células cancerígenas.
12/04/2013
Por Elton Alisson
Agência FAPESP
Assim como os tecidos e órgãos humanos, os tumores são formados por agrupamentos de células que aderem e interagem umas com as outras. Se a adesão e a interação entre as células tumorais eventualmente for fraca, maior é a probabilidade de elas se soltarem e migrarem para outros órgãos e tecidos e dar origem à metástase (propagação de um câncer).
Pesquisadores do Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Sangue (INCT Sangue), apoiado pela FAPESP, desvendaram o papel desempenhado por uma proteína – chamada ARHGAP21 – nesses processos de adesão e migração celular.
Os resultados da pesquisa ganharam a capa do The Journal of Biological Chemistry, editado pela Sociedade Americana de Bioquímica e Biologia Molecular, e podem contribuir para o desenvolvimento de técnicas que possibilitem inativar essa proteína nas células tumorais para impedir o surgimento de metástases.
“O grande problema de um tumor é a metástase. Se conseguirmos bloqueá-la, será possível impedir a propagação de células cancerosas para outros órgãos e aumentar a chance de cura”, disse Karin Spat Albino Barcellos, primeira autora do artigo, à Agência FAPESP.
Barcellos conta que a ARHGAP21 foi sequenciada e descrita pela professora Sara Teresinha Olalla Saad, coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) do Sangue, durante o Projeto Genoma Humano do Câncer, realizado pela FAPESP em parceria com o Instituto Ludwig e concluído em 2002. Ainda não se sabia, no entanto, qual era o papel desempenhado pela proteína nas células.
Nos últimos anos, durante um Projeto Temático coordenado por Saad, Barcellos e outros pesquisadores participantes do estudo descobriram que a ARHGAP21 regula o citoesqueleto (responsável por manter a forma das células e as junções celulares) e atua nas proteínas Rho-GTPases – grupo de aproximadamente 20 proteínas que regulam o movimento, adesão, migração e diferenciação das células.
“Vimos que as Rho-GTPases precisam da ARHGAP21 durante a formação da adesão célula-célula, e que a ARHGAP21 participa desse processo ao ficar entre as junções celulares e, depois de algumas horas que ele é concluído, ela vai embora. Por isso, ainda não tínhamos conseguido ver a presença da ARHGAP21 no processo de adesão célula-célula”, explicou Barcellos.
Para observar o comportamento da ARHGAP21 nos processos de adesão e migração celular, o grupo fez em laboratório um experimento que simula o desenvolvimento de uma metástase.
Denominada transição epitelial-mesenquimal, a técnica de simulação in vitro de metástase já era explorada por grupos de pesquisa em outros países, como os do Departamento de Fisiologia e Desenvolvimento Biológico da Brigham Young University em Utah, nos Estados Unidos.
Ao fazer um estágio em Utah com a reserva técnica de seu projeto de pós-doutorado, realizado com Bolsa da FAPESP, no âmbito do Projeto Temático coordenado por Saad, Barcellos conheceu a técnica e decidiu replicá-la para analisar as funções da ARHGAP21em adesão e migração celular ao retornar ao Brasil.
Uma das hipóteses dos pesquisadores antes de iniciar o experimento era de que, como a ARHGAP21 tem um papel estratégico na adesão celular, ao retirá-la de células humanas tumorais de câncer de próstata durante os testes em laboratório, a sua migração e, consequentemente, a metástase, seria muito maior do que a observada em células cancerígenas com a proteína.
Ao aplicar nas células cancerígenas sem a ARHGAP21 frações de HGF – um hormônio produzido principalmente pelo fígado, que faz com que as células se separem uma das outras para formar os órgãos e tecidos na fase embrionária –, os pesquisadores constataram, no entanto, que elas nem se moviam e não ocorria metástase.
“No começo, achamos que estávamos errando em alguma fase do experimento, como esquecer de colocar o HGF. Porém, repetimos várias vezes o experimento e vimos que, de fato, sem ARHGAP21 as células cancerígenas não se soltam e não migram. Esse resultado nos surpreendeu”, afirmou Barcellos.
Os pesquisadores descobriram que, na realidade, a ARHGAP21 está localizada na via de sinalização do HGF das células e regula a transição epitelial-mesenquimal. As células sem a proteína na via de sinalização do HGF, por exemplo, sentem a presença do hormônio, mas não conseguem se soltar uma das outras.
“Demonstramos que é possível bloquear metástases induzidas por HGF por meio da inativação da ARHGAP21 em testes in vitro”, afirmou Barcellos. “Ainda não sabemos, no entanto, se é possível inativar essa proteína em humanos, porque ela deve exercer muitas outras funções, inclusive benéficas, nas células.”
Por meio de um novo Projeto Temático, também apoiado pela FAPESP e coordenado pela professora Sara Saad, os pesquisadores pretendem realizar simulações de diversos tipos de tumores em camundongos com células cancerígenas sem a ARHGAP21.
“Será muito importante testarmos isso agora em camundongos e ver se funciona para avaliar a possibilidade de utilizar a técnica em humanos para bloquear metástase”, disse Barcellos.
“Talvez seja preciso tirar a ARHGAP21 só das células com tumor ou bloquear o sítio da proteína que sente o HGF, para que a proteína possa desempenhar as outras funções benéficas”, estima.

Contribuição do LaCTAD
Segundo Barcellos, algumas das principais imagens dos experimentos – como a que ilustra a capa da edição de janeiro do The Journal of Biological Chemistry – foram capturadas por meio de um novo microscópico confocal, adquirido pela Unicamp com apoio do Programa Equipamentos Multiusuários (EMU) da FAPESP.
O microscópio, além de diversos outros equipamentos que a universidade adquiriu por meio do projeto, estão reunidos no Laboratório Central de Tecnologias de Alto Desempenho em Ciências da Vida (LaCTAD), inaugurado na Unicamp no início de março.
Unidade multiusuário concebida nos moldes das facilities existentes em instituições de pesquisa no exterior, o laboratório dispõe de equipamentos de última geração, para que pesquisadores possam fazer experimentos nas áreas de genômica, bioinformática, proteômica e biologia celular.
O parque instrumental do laboratório contou com investimentos de cerca de R$ 6 milhões. A contrapartida da Unicamp foi a construção do prédio e a contratação de pessoal.
“Era um anseio da comunidade científica da Unicamp ter um laboratório multiusuário com algumas infraestruturas pesadas de manutenção centralizadas e suporte institucional para termos pessoal treinado e capacitado para operar os equipamentos”, disse a professora Sara Saad, integrante do Conselho Administrativo do LaCTAD.
“Não daria para fazer a imagem do artigo que ilustra a capa do The Journal of Biological Chemistry, em que é possível ver a transição epitelial-mesenquimal, se não tivéssemos a expertise da pessoa que operou o equipamento e analisou as imagens, que foi contratada pelo LaCTAD, além da própria pesquisadora e o microscópio adquirido com recursos da FAPESP”, avaliou Sara Saad, que também é uma das autoras do artigo.
Para Barcellos, a possibilidade de dispor de um equipamento como o microscópio confocal – que o LaCTAD utilizou para analisar o papel da ARHGAP21 na formação da adesão celular – foi fundamental tanto para as descobertas que fizeram no estudo como para se certificar de que os resultados estavam corretos.
“Se não tivéssemos usado um microscópio confocal de última geração como o utilizado para obter as imagens, poderíamos ficar em dúvida, por exemplo, se a proteína estava localizada no citoplasma ou no núcleo da célula”, explicou Barcellos.
“Ao contar com um equipamento como esse, foi possível termos a certeza de que a ARHGAP 21 migra para o núcleo da célula cancerígena durante a metástase, como demonstra a imagem que ilustra a capa do The Journal of Biological Chemistry”, afirmou.
O artigo ARHGAP21 protein, a new partner of α-tubulina involved in cell-cell adeshion formation and essential for epithelial-mesenchymal transition (doi:10.1074/jbc.M112.432716), de Barcellos e outros, pode ser lido por assinantes do The Journal of Biological Chemistryem 

Cientistas americanos fazem rins de rato em laboratório


Posted: 18 Apr 2013 06:27 AM PDT

Objetivo posterior é buscar métodos para produção de órgãos “de proveta” para transplante humano.

15 de abril de 2013 - REUTERS

Cientistas nos Estados Unidos produziram rins funcionais de rato em laboratório, em um dos avanços mais significativos registrados até agora no campo da bioengenharia, que busca métodos para produção de órgãos “de proveta” para transplante.
Segundo os pesquisadores, os novos rins produziram urina tanto in vitro (no laboratório, em condições controladas que mimetizavam as do organismo) quanto in vivo, depois de transplantados em ratos.
Os órgãos “de proveta” foram produzidos por meio de uma técnica que remove as células originais do rim, deixando apenas um “esqueleto” tridimensional de colágeno e outras substâncias biológicas estruturais, que depois é “repovoado” com novas células renais e epiteliais extraídas de ratos e seres humanos.
É como se os cientistas “esvaziassem” o rim para produzir um molde, que depois é preenchido com novas células, que se organizam e fazem com que o órgão volte a funcionar.
Se o mesmo puder ser feito com rins humanos, isso poderia revolucionar o sistema de transplante de órgãos. “Teoricamente, as pessoas poderiam receber órgãos derivados de suas próprias células”, disse o pesquisador Harald Ott, do Centro de Medicina Regenerativa do Hospital Geral de Massachusetts, que liderou o estudo, publicado na revista Nature Medicine. Isso reduziria o risco de rejeição e aumentaria o número de órgão disponíveis para transplante.
Ott ressalta, porém, que a pesquisa está nos estágios iniciais, e que há muitos obstáculos ainda a serem superados.

Centro de Estudos do Genoma Humano teve 13 trabalhos aceitos para apresentação no 11o Congresso Internacional de Células-Tronco


Posted: 16 Apr 2013 12:33 PM PDT


Centro de Estudos do Genoma Humano teve 13 trabalhos aceitos para apresentação no 11o Congresso Internacional de Células-Tronco , o mais importante da área. Um deles foi premiado com um “travel award”. 
O congresso acontecerá entre os dias 12 a 15 de junho em Boston

Cientistas descobrem gene por trás de câncer agressivo de próstata


Posted: 10 Apr 2013 10:58 AM PDT
Pacientes de câncer de próstata que carregam gene mutante BRCA2 têm menos chances de sobreviver à doença.
  

BBCBrasil.com - 
Homens que sofrem câncer de próstata e que carregam um gene mutante podem desenvolver a forma mais agressiva da doença, alertam especialistas britânicos. O gene BRCA2 está geralmente relacionado a formas hereditárias de câncer de mama, próstata e ovário.
Agora, os pesquisadores do Institute of Cancer Research, em Londres, e do Royal Marsden NHS Foundation Trust acreditam que, além de terem mais probabilidade de ter câncer de próstata, homens que carregam o gene BRCA2 têm menos chances de sobreviver a formas agressivas do tumor.
O câncer de próstata pode se desenvolver devagar ou rapidamente, algo difícil de prever nos estágios iniciais da doença. Muitos homens convivem com o tumor a vida inteira sem manifestar sintomas. Muitos nem precisam de tratamento.
Mas os cientistas alertam que os que sofrem de câncer de próstata e têm o gene defeituoso devem ser tratados o mais rapidamente possível porque neles há probabilidade maior de o tumor se espalhar.

Tratamento imediato
O professor Ros Eeles e seus colegas analisaram pacientes de câncer de próstata, incluindo 61 homens com o gene BRCA2, 18 com uma mutação genética similar conhecida como BRCA1 e outros 1.940 sem mutações genéticas.
Eles concluíram que os pacientes com a mutação BRCA2 tinham menor chance de sobreviver ao câncer, vivendo cerca de seis anos e meio após o diagnóstico. Já os pacientes com a mutação BRCA1 e os que não apresentavam qualquer mutação viveram quase 13 anos após o tumor ser detectado.
Os cientistas observaram que os pacientes com o gene BRCA2 ainda tinham mais chance de apresentar a forma mais avançada da doença já na época do diagnóstico. Na avaliação do professor Eeles, “faz sentido começar a tratar esses pacientes com cirurgia ou radioterapia imediatamente, ainda nos primeiros estágios da doença”.
A médica Julie Sharp, da organização Cancer Research UK, diz que o estudo sugere que os médicos devem considerar tratar este grupo de pacientes muito antes do que fazem atualmente.
“Este é o maior estudo já feito sobre a relação entre câncer de próstata e o gene mutante, mostrando que os médicos devem começar tratamento logo, em vez de aguardar para ver como a doença se desenvolve”, diz Sharp.

Proteína no cérebro pode explicar problemas de cognição de down


Posted: 10 Apr 2013 10:47 AM PDT

Estudo publicado na revista “Nature Medicine” mostrou que ratos sem uma proteína chamada SNX27 no cérebro apresentavam os mesmos problemas de aprendizado e memória de animais com síndrome de Down

DO “NEW YORK TIMES”

Estudo publicado na “Nature Medicine” mostrou que ratos sem uma proteína chamada SNX27 no cérebro apresentavam os mesmos problemas de aprendizado e memória de animais com síndrome de Down, o que pode explicar os transtornos de desenvolvimento e cognição das pessoas com essa alteração cromossômica.
Depois de olhar para o cérebro de pessoas com a síndrome, os cientistas descobriram que elas também não tinham essa proteína.
O cromossomo 21 não está envolvido na produção da SNX27, mas codifica um regulador que inibe essa produção. Agora, os pesquisadores investigam como aumentar a produção da proteína no cérebro.


USP presente em Paris


Posted: 09 Apr 2013 06:49 AM PDT


Publicado em 5 de abril de 2013

A pesquisa realizada por docentes da USP é destaque em uma das avenidas mais famosas de Paris. A L’Oreal por meio do programa em conjunto com a UNESCO “For Women in Science” reconhece o mérito e estimula as mulheres de todo o planeta a se engajarem em atividades científicas. A USP tem duas ganhadoras desse prestigioso prêmio: Mayana Zatz e Beatriz Barbuy com seus trabalhos na área de Genética e Astrofísica.
Para comemorar os 15 anos de existência do prêmio, foram instalados painéis com altura de 2 metros, com fotos das premiadas e explicação das atividades científicas pelas quais receberam os prêmios. Os painéis foram instalados ao longo da Av. Champs Elysees, entre a Praça Concorde e o Rond Point. Ficarão instalados por três semanas neste local por onde devem passar cerca de 300 mil pessoas por dia.

Mulheres cientistas nas Américas


Posted: 04 Apr 2013 08:12 AM PDT

O livro Mulheres Cientistas nas Américas tem depoimentos de 16 pesquisadoras da região a jornalistas especializados na área de ciência


Agência FAPESP
As mulheres desempenham papel cada vez mais importante no mundo das ciências, reduto historicamente masculino. A inclusão feminina confere mais brilho à pesquisa e agrega talento, sensibilidade e inteligência à mais excitante das aventuras humanas, o conhecimento.
Para a grande maioria das mulheres, no entanto, a opção pela ciência como carreira é uma escolha difícil – já que o feminino engendra uma multiplicidade de papéis – e precisa ser incentivada.
Foi com essa intenção que a Rede Interamericana de Academias de Ciências (Ianas, na sigla em inglês) publicou o livro Mulheres Cientistas nas Américas, com depoimentos de 16 pesquisadoras da região a jornalistas especializados na área de ciência.
Nas entrevistas, elas falam sobre sonhos, carreiras, família e obstáculos que tiveram que superar em sua trajetória científica. O Brasil está representado pela geneticista Mayana Zatz.
“Queremos motivar professores a estimular seus alunos, especialmente as meninas, para as carreiras científicas, mostrando que com perseverança e dedicação elas podem alcançar seus objetivos. Dedicamos esse trabalho também às famílias, para que eles possam contar a seus filhos histórias reais de pessoas comprometidas em servir à humanidade”, explicam os editores, integrantes do Grupo Ianas Women for Science. A expectativa, eles afirmam, é aumentar a consciência entre leitores da importância do debate de questões de gênero e do papel da mulher nas ciências.
A maioria das entrevistadas é formada por cientistas renomadas, com longa carreira dedicada à pesquisa. Todas revelaram ter descoberto seu interesse pela ciência na infância.
A botânica e bióloga boliviana Mônica Moraes R., diretora do Instituto de Ecologia da Universidad Mayor de San Andrés, em La Paz, conta que o fascínio por paisagens tropicais nasceu numa viagem que fez com o pai a Riberalta, no nordeste de seu país.